Dois magistrados são alvos da “Operação Iniquidade”, que investiga peculato, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, em Minas Gerais e no Espírito Santo.
Um dos investigados é Flávio Prado Kretlin, que foi afastado do cargo em decisão definitiva do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, acusado do desvio de R$ 50 milhões de massas falidas de empresas. O outro é José Ilceu Gonçalves Rodrigues, que antecedeu Flávio Prado, na Comarca de Sete Lagoas (MG) . Eles são acusados de enriquecimento ilícito no exercício da magistratura.
De acordo com as investigações, os juízes cobravam propina em processos judiciais envolvendo falência. A denúncia foi feita por empresários de Sete Lagoas, que relataram o caso à Polícia Federal. As apurações detectaram que os dois Juízes, sem qualquer relação entre si, teriam se utilizado de processos de falência para obtenção de vantagens indevidas, enquanto atuavam na 3ª Vara Cível daquela Comarca.
A PF disse, em Nota, que:
“Os valores que pagavam pelos créditos falimentares eram bastante baixos, em virtude do alto risco de receberem muito pouco ou mesmo nada em retorno. Mas, a recompensa se multiplicava, pois, após subverter completamente o processo, o magistrado determinava o pagamento desses créditos em proporção bem acima do esperado e em determinado dos demais credores: Fazendas Federal, Estadual e Municipal”.
Os investigados estão proibidos de fazer contato com os demais alvos da Operação, não podem se ausentar da comarca por mais de 10 dias, nem saírem do país. Foi determinado, ainda, o bloqueio de dinheiro em contas bancárias e de investimentos, totalizando cerca de R$ 65 milhões, além de sequestro de bens imóveis e indisponibilidade de veículos automotores.
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