O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira, 7, que o governo estuda usar o excesso da arrecadação para aumentar a base de isenção do imposto de renda para pessoas físicas e reduzir a taxação sobre as empresas. O excedente da Receita Federal também deve ser usado para ampliar a redução do Imposto sobre produtos industrializados (IPI) para 33%. “Nós estamos avaliando isso. Será que deixamos como a primeira medida do próximo governo ou já antecipamos? É o que estamos conversando aqui dentro”, afirmou. As mudanças no imposto de renda fazem parte da reforma encaminhada pelo Executivo ao Congresso no ano passado. O texto chegou a ser aprovado pelos deputados, mas foi enterrado no Senado. Já a ampliação do IPI havia sido anunciada pelo ministro no fim de março, mas não foi concretizada. Segundo Guedes, a medida foi travada pelo não cumprimento de acordos políticos. “Os governadores não reduziram o ICMS, como tinham se comprometido. Ao invés de terem feito com a média dos últimos cinco anos, como foi o acordo, eles mantiveram no nível do pico”, disse durante participação em um evento do Bradesco BBI.
O aumento do corte no IPI deve ser acompanhado por uma nova rodada de redução de 10% das tarifas de importação, afirmou o ministro. Guedes também disse que o governo federal deve acrescentar mais 12 itens na cesta de produtos que terão o imposto de importação zerado. No dia 21 de março, a equipe econômica anunciou a retirada total de impostos até o fim do ano de itens da cesta básica e do etanol. As reduções serão custeadas pelo aumento da arrecadação da Receita Federal, que desde o ano passado vem batendo recordes. Em fevereiro, o governo federal somou R$ 148,6 bilhões, o maior registro para o mês desde o início da série histórica, em 1995.
O ministro também comentou sobre o aumento dos investimentos no país e disse que espera encerrar este ano com mais de R$ 1 trilhão contratado em aportes. Guedes voltou a falar do interesse de outros países em explorar a produção de energia no Brasil por ser mais limpa e barata. “A segurança energética e alimentar da Europa depende do Brasil”, afirmou, citando a mudança de perspectiva dos países à imagem brasileira. “Estão nos tratando muito bem lá”, afirmou, ao citar a recente viagem que fez à países europeus.
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