O primeiro contêiner de tilápia importada pela JBS do Vietnã já foi enviado ao Brasil no último dia 6 de novembro. O embarque marca o início de um acordo comercial entre os dois países, que envolve tanto a exportação de carne bovina brasileira para o mercado vietnamita quanto a importação de pescado asiático para o Brasil.
A notícia, entretanto, acendeu um alerta entre os produtores nacionais de tilápia, que enfrentam uma série de desafios no setor aquícola. A importação em larga escala pode representar uma ameaça direta à produção interna, especialmente em um momento em que há pressões para restringir a criação da espécie no país, sob o argumento de que a tilápia seria uma “espécie invasora”.
Nos bastidores, o movimento levanta suspeitas de que grandes empresas, como a própria JBS, estariam interessadas em abrir caminho para o mercado de tilápia importada, reduzindo a competitividade dos produtores brasileiros.
Produtores e entidades do setor defendem que o governo precisa avaliar com cautela as consequências dessa medida, tanto para a economia quanto para a segurança alimentar. Para eles, a tilapicultura nacional, uma das mais promissoras cadeias do agronegócio brasileiro, não pode ser prejudicada por decisões que favoreçam importações em detrimento da produção local.
“É preocupante ver o Brasil, um país com enorme potencial aquícola, começar a importar tilápia. Isso pode representar um retrocesso para o setor e uma ameaça à geração de renda e empregos no campo”, afirmam representantes de associações regionais de piscicultores.
O debate promete ganhar força nas próximas semanas, à medida que o contêiner com o primeiro lote de tilápia vietnamita se aproxima dos portos brasileiros.
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