País concentra 25% dos roubos e 14% dos assassinatos do mundo, mesmo abrigando apenas 2,7% da população mundial
O jornalista Alexandre Garcia chamou atenção, em sua mais recente análise intitulada “As jabuticabas legais que o Brasil criou geram violência, insegurança e impunidade”, para o que ele descreve como uma “inversão de valores” no sistema jurídico e penal brasileiro. Segundo ele, o país acabou se tornando uma espécie de “resort” para criminosos, especialmente oriundos das regiões Norte e Nordeste, que pagam por segurança em favelas controladas por facções, como o Complexo do Alemão e a Penha, no Rio de Janeiro.
Os números apresentados são alarmantes: embora o Brasil tenha apenas 2,7% da população mundial, o país é responsável por 25% dos roubos e 14% dos assassinatos registrados no planeta. Além disso, 17 das 50 cidades mais violentas do mundo estão em território brasileiro, um dado que reforça a crise da segurança pública e o sentimento de impunidade.
Para Garcia, esse cenário é resultado direto das “jabuticabas legais”, leis e interpretações criadas no Brasil que, segundo ele, acabam protegendo criminosos e enfraquecendo a autoridade do Estado. “É um incentivo ao crime, o oposto do que fez Nayib Bukele em El Salvador”, afirmou o jornalista, referindo-se ao modelo de endurecimento penal e repressão às facções que reduziu drasticamente os índices de homicídio no país centro-americano.
Especialistas em segurança pública também apontam que a ausência de políticas de prevenção eficazes e a lentidão do Judiciário contribuem para a escalada da violência. Em muitas cidades, o controle territorial por parte do crime organizado supera o poder de presença do Estado, criando uma espécie de “governo paralelo”.
O alerta de Alexandre Garcia reabre o debate sobre a necessidade de reformas legais e penais urgentes, que restabeleçam o equilíbrio entre direitos humanos e o dever do Estado de garantir a ordem pública. Enquanto isso, o país segue convivendo com estatísticas que refletem um cenário preocupante de impunidade e descontrole.
Nenhum comentário:
Postar um comentário