Durante ações da Operação Carbono Oculto 86, ao menos 49 postos de combustíveis foram interditados em cidades dos estados do Piauí, Maranhão e Tocantins. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), a operação investiga a infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis. A Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em residências e empresas ligadas aos principais investigados, além de realizar o bloqueio de bens e contas bancárias das empresas listadas, na manhã desta quarta-feira (5).
Segundo as investigações, o grupo paulista utilizava uma complexa rede de empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para lavar dinheiro, fraudar o mercado de combustíveis e ocultar patrimônio. Tradicionalmente ligado ao tráfico e à lavagem de dinheiro, o PCC teria expandido sua atuação para o setor de combustíveis, utilizando “laranjas” para movimentar milhões de reais em operações suspeitas. Além da lavagem de dinheiro, a investigação detectou um padrão de fraudes graves: adulteração de combustíveis, prática que causa prejuízo direto ao consumidor, riscos à segurança e evasão fiscal.
De acordo com informações do G1 PI, a lista dos postos interditados inclui:
Posto HD 06 – Buenos Aires
Posto HD 14 / Posto Diamante 14 – Zoobotânico
Posto HD 05 – Mafrense
Posto HD 03 – São Raimundo
Posto HD 13 – Fátima
Posto HD 09 – Santa Isabel
Posto HD 01 – Noivos
Posto HD 10 / Posto Diamante 10 – Centro
Posto HD 19 – São Sebastião
Posto HD 18 – Itararé
Posto HD 02 – São Raimundo
Posto HD 04 – Dirceu II
Posto HD 08 / Posto Diamante 08 – Cidade Nova
Posto HD 07 / Posto Diamante 07 – Santo Antônio
Posto HD 20 – Angelim
HD Petróleo Premium Ltda – Parque Itararé
Parnaíba
Posto HD 27 – Av. São Sebastião (Planalto Monteserra)
Posto HD 34 – Av. Deputado Pinheiro Machado (bairro Piauí)
Altos
Posto HD 32 – BR-343, Km 302 (zona rural)
Posto HD 17 / Posto Diamante 17 – BR-343, Km 314 (Buritizinho)
Lagoa do Piauí
HD TRR – Av. José Soares da Silva, 759
Posto HD 11 – Av. José Soares da Silva, 659
Picos
Posto HD 24 / Posto Diamante 24 – BR-316, Km 303, bairro Altamira
Posto HD 22 / Posto Diamante 22 – BR-316, Km 307, bairro Altamira
Canto do Buriti
Posto HD 21 / Posto Diamante 21 – PI-141, Km 657, zona rural
Posto HD 29 – PI-141, Km 04, zona rural
Uruçuí
Posto HD 26 – PI-247, Km 23, zona rural
Oeiras
Posto HD 15 / Posto Diamante 15 – Av. Transamazônica, bairro Rodagem de Picos
Miguel Leão
Posto HD 16 / Posto Diamante 16 – BR-316, Vila Cruz do Paiva
São João da Fronteira
Posto HD 33 – BR-222, Km 05, Tucunzal
Demerval Lobão
Posto HD 12 – Av. Padre Joaquim Nonato, 13, Centro
Dom Inocêncio
Posto HD 23 / Posto Diamante 23 - Gleba Gleba de Terras em Umbuzeiro Velho
Investigação
Segundo a SPP-PI, a investigação teve início após a venda da Rede de Postos HD para a Pima Energia Participações Ltda, empresa criada apenas seis dias antes da assinatura dos contratos.
Há indícios de que a compradora funcionava como empresa de fachada, ligada ao Jersey Fundo de Investimento em Participações e à Altinvest Gestão de Recursos — nomes já citados na Operação Carbono Oculto, deflagrada pela Receita Federal e pelo Ministério da Justiça em agosto de 2025, que desmantelou um esquema de R$ 52 bilhões comandado por integrantes do PCC no setor de combustíveis.
De acordo com a Polícia Civil, apesar da venda, os postos continuaram sendo administrados pelos antigos proprietários. Além disso, as novas empresas eram formalmente chefiadas por ex-funcionários dos mesmos empresários — pessoas com perfil socioeconômico incompatível com o de donos de holdings milionárias.
As autoridades já mapearam mais de 70 empresas envolvidas no esquema, incluindo postos, construtoras, distribuidoras, transportadoras e fintechs.
As provas reunidas pelo Laboratório de Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil do Piauí (LAB-LD/PC-PI) confirmam que os fundos e empresas que compraram os postos piauienses estão diretamente vinculados aos alvos da Operação Carbono Oculto, deflagrada em São Paulo.
Entre os nomes em comum está Rogério Garcia Peres, gestor da Altinvest, apontada como uma das principais fintechs usadas pelo PCC para movimentar recursos de origem ilícita.
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