quinta-feira, 7 de maio de 2020

A IMPOSTURA DO "ISOLAMENTO SOCIAL" E SEUS DANOS A SAUDE PÚBLICA

Com efeito, nessa sessão encontramos algumas interessantes estatísticas.

Segundo o site, “as estatísticas aqui apresentadas se baseiam nas Declarações de Óbito (DO) registradas nos Cartórios do País relacionadas à covid-19 e causas respiratórias relacionadas em dois grandes grupos: pneumonia e insuficiência respiratória”. Mas que referências encontramos nessas estatísticas?

Resolvi ver o caso do meu estado, o Rio Grande do Sul. Ao pesquisar pelo número de óbitos por insuficiência respiratória e pneumonia no período que abrange 01 de janeiro a 04 de maio encontrei o seguinte: em 2019 tivemos 3465 mortes por insuficiência respiratória e 4079 por pneumonia. Em 2020 foram 3348 e 3930, respectivamente. Ou seja, o índice de óbitos registrado em 2020 foi menor do que o índice de 2019 no mesmo período, e isso para ambas as causas de morte.

Nesse mesmo período, ainda segundo o registro da ANPERN, tivemos 59 óbitos com suspeita de covid-19 (vejam: “suspeita” – talvez não tenhamos nem 59 óbitos por covid-19). Mas, se somarmos aos casos acima (de 2020) esses 59 (com “suspeita” de covid-19) não teremos, apesar da histeria vigente, o mesmo número de óbitos por doenças respiratórias e pneumonia que tivemos em 2019.

Em resumo, as funerárias, que deveriam estar supostamente faturando muito em meio a essa tão alardeada pandemia, não estão tendo lucros tão elevados assim. Na verdade, as funerárias estavam lucrando mais em 2019, sem o covid-19, do que em 2020.

Vejam mais alguns dados interessantes: ainda na ARPERN encontramos que em abril de 2020 tivemos 94129 óbitos no Brasil. Em 2019 foram 99597 óbitos no total. Sem focarmos nas realidades regionais, descobrimos que em abril de 2019 morreram no Brasil mais pessoas do que abril de 2020.

Não obstante dados como os acima revelados, a narrativa imperante é a assustadora (e tétrica) descrição de uma pandemia terrível que está sobrecarregando o sistema de saúde e, em consequência, as funerárias. No entanto, são muitas as imagens de alas hospitalares praticamente vazias, bem como dados como os que mencionei acima. Isso deveria nos tornar ao menos céticos quanto à narrativa central que ocupa a grande mídia, não é mesmo? Afinal, talvez encontremos algumas verdades nas margens. E essas verdades estão relacionadas a dados e fatos como os acima referidos.

Outro ponto importante de ser colocado em debate é o seguinte: estando o sistema de saúde agora desafogado, o que esperar do futuro, quando for declarado o fim da pandemia? Ou, ainda, quais as implicações do atual esvaziamento do sistema de saúde?

Com efeito, no portal do Conselho Federal de Medicina (CFM) lemos um comunicado aos médicos brasileiros que afirma o seguinte: “os leitos hospitalares devem ser destinados prioritariamente aos pacientes com quadros graves de covid-19. Recomenda-se aos gestores a suspensão dos atendimentos ambulatoriais e de procedimentos eletivos. [...] Todas as consultas médicas eletivas devem, preferencialmente, ser suspensas”.

Embora seja uma “recomendação”, ela está em prática em muitas instituições de saúde pelo Brasil, o que explica seu esvaziamento.

Ora, mas cabe perguntar: quais serão as consequências desse esvaziamento para a saúde pública?

Ocorre-me que teremos, muito provavelmente, uma sobrecarga do sistema de saúde por conta de outras doenças.

Estamos, nesse momento, a meu ver, criando uma gigantesca ‘demanda reprimida,’ a qual provavelmente “explodirá” tão logo seja anunciado o fim da pandemia pelo covid-19.

Isso ocorre porque atualmente muitos pacientes não estão buscando o sistema de saúde, seja para consultas, seja para exames e para cirurgias consideradas “eletivas” (em acordo com a citada nota do CFM).

No entanto, ainda que algumas doenças não sejam inicialmente graves, elas podem trazer complicações gravíssimas para o paciente.

Alguém com cálculo biliar ou renal, por exemplo, que agora está em casa tomando analgésicos, poderá ter complicações graves. Mas nesse momento, caso ele não esteja em situação considerada grave (apesar de eventuais dores), sua cirurgia é considerada “eletiva”. Portanto, ele deve aguardar ou pelo fim da pandemia ou pela sua situação se tornar uma emergência.

Outro caso dramático, esse ocorrido nos USA e relatado pelo site Angioplasty.org, revelou que no período de 30 de março a 5 de abril o número de casos de morte de ataque cardíaco em casa (em Nova York) aumentou 8 vezes em relação ao mesmo período de 2019, sendo que houve uma redução de mais de 50% no tratamento de pessoas com problemas cardíacos em emergências de hospitais.

Ou seja, as pessoas estão ficando em casa mesmo quando surgem sinais de um infarto eminente. Dores que antes as levariam a um atendimento de emergência agora estão sendo suportadas em casa. Tudo para não “sobrecarregar” o sistema de saúde que, como o comprovam muitas imagens, está com enfermarias vazias à espera de casos de doentes pelo covid-19 que não chegam.

Aqui no Brasil, por exemplo, representantes da saúde do estado de Minas Gerais revelaram que o atendimento que era, em média, de 300 pessoas por dia, é, hoje, de 50.

Disso se depreende que as pessoas pararam de adoecer de outras doenças? Obviamente, não. Elas simplesmente estão doentes em casa. Isso deverá agravar, por exemplo, casos oncológicos que estão sem o devido acompanhamento (e tratamento). Sem falar nos problemas cardíacos. O índice de implantes de marcapassos caiu a quase zero em algumas regiões do Brasil.

Será que houve um “milagre” e as pessoas já não têm problemas cardíacos?

Infelizmente, não, uma vez que houve também um crescimento no número de infartos.

Ou seja, mesmo com indícios de que algo está errado as pessoas ficam em casa até que a situação se agrave, às vezes fatalmente.

Em suma, dado o foco quase exclusivo no covid-19, muitos pacientes, especialmente do SUS, estão em casa sem assistência médica. Dado não serem considerados casos emergenciais, muitos deles estão sem realizar exames, cirurgias (consideradas “eletivas”), tratamentos, etc. Muitos, inclusive, não estão sendo avaliados para que se possa ver se sua medicação permanece adequada ou não. Diversos pacientes com problemas cardíacos, diabetes, etc, dado não representarem casos “graves”, estão desassistidos nesse momento. Exames que nesse momento não estão sendo feitos poderiam identificar o início de um câncer, permitindo uma intervenção precoce e eficiente.

Mas o que quero dizer é que disso tudo deverá advir, após a declaração do fim da pandemia, um extravasamento da “demanda reprimida”, o que inevitavelmente sobrecarregará verdadeiramente o sistema de saúde, o qual é tradicionalmente atulhado (exceto agora, nessa “pandemia” do coronavírus). Esse é um risco que sequer tem sido considerado na discussão vigente nas correntes dominantes que demandam o isolamento

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