O crime que chocou o Brasil na última semana ganhou mais um contorno macabro. A namorada virtual do adolescente que matou a própria família em Itaperuna, no Rio de Janeiro, disse que estava em ligação com o garoto no momento em que ele disparava contra pai, mãe e irmão.
A informação foi confirmada pela polícia ao SBT News. A jovem, de 15 anos, foi ouvida na última quinta-feira (26), em Água Boa, no Mato Grosso, onde reside. O depoimento, que foi feito ao lado da mãe e durou cerca de duas horas, será enviado para a Polícia Civil do Rio de Janeiro e fará parte da investigação do caso.
De acordo com a polícia, os investigadores ficaram impressionados pela “frieza” da garota ao narrar o crime. Ela teria acompanhado a ação em tempo real, conversando com o garoto durante e após os assassinatos cometidos no sábado (21). Segundo o adolescente, os dois se conheceram em 2019, enquanto jogavam jogos online. Na época, ele tinha oito anos e ela, nove.
O conteúdo do depoimento permanece em sigilo e a polícia vai analisar se a adolescente teve participação, mesmo que indireta, nos crimes. Caso seja comprovada a influência nos atos do adolescente, ela pode ser autuada, mesmo sendo menor de idade.
O adolescente deve responder por triplo homicídio duplamente qualificado por impossibilidade de defesa das vítimas, que estavam dormindo no momento do crime, além de motivação fútil. Ele fez exames no Instituto Médico Legal (IML) nesta sexta-feira (27) e deve ser encaminhado para uma unidade socioeducativa em São Fidélis, no norte fluminense, onde ficará internado provisoriamente por 45 dias, após decisão judicial.
Jovem queria visitar namorada virtual
Um dos motivos para os assassinatos, segundo a polícia, era um conflito familiar que surgiu porque a família não permitia que ele viajasse ao Mato Grosso para encontrá-la. Durante a perícia, a polícia localizou uma bolsa de viagem pronta, contendo os celulares das vítimas.
"Ele não deu muitos detalhes sobre a namorada, mas disse que se conheceram em jogos online. Tudo indica que ele ficou insatisfeito com a proibição dos pais", explicou o delegado Carlos Augusto Guimarães, titular da 143ª Delegacia, responsável pela investigação, ao jornal Extra.
O caso chegou ao conhecimento da polícia na terça-feira (24), quando a avó paterna do adolescente foi à delegacia registrar o desaparecimento da família. Ela relatou que tentava contato desde sábado, sem sucesso. Na ocasião, o garoto afirmou que o irmão havia se engasgado com um caco de vidro e que os pais saíram às pressas para levá-lo ao hospital, utilizando um carro de aplicativo. No entanto, nenhum registro hospitalar foi encontrado.
Durante a perícia na residência, realizada na quarta-feira, foram identificadas manchas de sangue no colchão do casal, roupas ensanguentadas e queimadas, além de um forte odor de decomposição. Os corpos foram localizados em uma cisterna nos fundos do imóvel.
"A quantidade de sangue não batia com a história do acidente doméstico. Após a descoberta, ele confessou. Disse que atirou na cabeça dos pais e no pescoço do irmão, alegando que queria poupá-lo da dor de ficar sem os pais", relatou o delegado.
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