A expectativa de vida no Brasil, 76,6 anos segundo o IBGE, é um pouco maior que a média global de 73,3 anos. Mas um território japonês ultrapassa a expectativa de todo o planeta e as mulheres lá vivem, em média, 86 anos.
Estamos falando de Okinawa, conjunto de mais de 150 ilhas que formam um município japonês no mar da China Oriental. O local é conhecido como “terra da longevidade”, e possui 68 centenários para cada 100 mil habitantes, o triplo do número encontrado nos Estados Unidos.
Média de vida em território japonês ultrapassa a expectativa de todo o planeta e as mulheres lá vivem, em média, 86 anos por KIMIMASA MAYAMA/AFP
A chance de chegar aos 100 anos de idade chega a ser 40% maior que no resto do Japão, e pesquisadores do mundo inteiro voltam seus olhos para as ilhas, na esperança de descobrir qual é o segredo da longevidade de Okinawa.
Dieta rica em carboidratos
Pesquisadores descobriram que a dieta de Okinawa parece ser oposta à dieta do resto do mundo. Enquanto as dietas ocidentais se baseiam em bastante proteína e poucos carboidratos, os longevos da ilha comem cerca de uma porção de proteína para cada 10 de carboidratos.
A principal fonte de carboidratos da ilha é a batata-doce, e pesquisadores já levantam a hipótese de que essa dieta, pobre em proteínas, pode prevenir inflamações relacionadas ao Alzheimer e outras condições comuns na terceira idade.
As descobertas vêm do Okinawa Centenarian Study (OCS), que estuda a população idosa das ilhas desde 1975.
Poucos produtos animais
Os okinawanos também possuem uma dieta com poucos produtos animais. Embora comam carne de peixe e porco, é em bem menor quantidade quando comparadas à ingestão de vegetais, especialmente os amarelos.
A dieta é rica em carboidratos, densa em vitaminas, pobre em proteínas e com o teor calórico mais baixo do que a média das refeições ocidentais. O resultado? Os okinawanos não só alcançam 100 anos, como frequentemente chegam aos 97 sem apresentar saúde frágil típica de idosos.
Outros fatores
Mas ao que tudo indica, a alimentação não é suficiente para explicar a longevidade de Okinawa. O relativo isolamento das ilhas pode ter causado um perfil genético único na população.
A população dessas ilhas também é 11% menos propensa a fumar, segundo dados do OCS, e com uma predominância de trabalho na agricultura e na pesca, os idosos se mantêm ativos tanto fisicamente quanto socialmente.
O sistema público de saúde do Japão também é um dos melhores e mais avançados do mundo, o que garante a esses senhores e senhoras de Okinawa um bom acompanhamento para se manterem saudáveis. O governo japonês chega a subsidiar 90% do valor de procedimentos médicos para cidadãos de baixa renda.
Pesquisadores juntam vários fatores para explicar a longevidade de Okinawa. A lição que fica para nós, do outro lado do planeta? Comer saudável, não fumar, se manter socialmente e fisicamente ativo e lutar por um sistema público de saúde de qualidade são a chave para se viver bem e bastante.
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