Você provavelmente já ouviu falar da ivermectina — aquele remédio amplamente usado contra vermes e parasitas. Mas um novo estudo feito por pesquisadores da Universidade de Henan, na China, está chamando atenção por um motivo surpreendente: o possível uso da ivermectina como aliada no combate ao câncer.
O grupo analisou mais de 2 mil publicações científicas e encontrou 26 estudos que relatavam o uso da ivermectina em pacientes com câncer — especialmente aqueles que também tinham infecções parasitárias. E o que eles descobriram? Que a droga parece ser segura nesses casos.
Mas o mais empolgante vem agora: Em laboratório, a ivermectina tem mostrado potencial para inibir o crescimento de células tumorais e interferir em vias celulares importantes ligadas ao desenvolvimento do câncer. Entre os alvos estão proteínas e mecanismos como YAP1, Wnt/TCF, PAK1, EGFR e outras siglas que, apesar de parecerem complicadas, estão ligadas a tipos graves de câncer como leucemias e carcinomas.
Então, já podemos usar ivermectina contra o câncer?
Ainda não. Apesar das pistas animadoras, os próprios pesquisadores alertam: faltam estudos clínicos bem estruturados com pacientes oncológicos. Ou seja, ainda não há comprovação científica suficiente para prescrever o medicamento com essa finalidade.
Se confirmada sua eficácia, a ivermectina — um medicamento barato, acessível e amplamente conhecido — poderia se tornar uma arma poderosa na luta contra o câncer, especialmente em países com poucos recursos.
A ideia de “reposicionar” medicamentos (usar um remédio antigo para uma nova doença) não é nova. Já vimos isso acontecer com outros fármacos, como a talidomida e até a aspirina. E agora, talvez seja a vez da ivermectina entrar nessa lista.
A ciência está em movimento — e pode ser que em breve a ivermectina esteja nos holofotes por um motivo totalmente diferente daquele pelo qual ficou famosa.
A fonte da informação é o artigo científico "A Review of Ivermectin Use in Cancer Patients: Is It Time to Repurpose Ivermectin in Cancer Treatment?", de pesquisadores da Escola de Farmácia da Universidade de Henan, China. O estudo faz uma revisão sistemática da literatura e uma meta-análise de dados individuais, sugerindo que a ivermectina pode ser segura em pacientes com câncer infectados por parasitas, e destaca seu potencial como agente antitumoral — embora ainda faltem ensaios clínicos conclusivos.
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