Um comerciante de 57 anos, identificado como José Ênio de Sousa Silva, foi assassinado em seu estabelecimento no bairro Luiza Queiroz, em Caxias (MA). O crime ocorreu após um desentendimento com o suspeito, Wellington da Silva Oliveira de Morais, de 39 anos, que já devia e insistia em continuar consumindo sem pagar. Ao ser convidado a se retirar, retornou armado com uma espingarda e disparou contra a vítima.
José Ênio foi atingido fatalmente no local. Wellington tentou fugir, mas foi preso em flagrante pela Polícia Rodoviária Estadual na MA‑034 e posteriormente encaminhado à unidade prisional de Caxias.
Um levantamento realizado pelo jornalista Mano Santos aponta que Caxias registrou 82 assassinatos ao longo de 2024, a maioria causada por arma de fogo . Segundo a análise, cerca de 90 % desses homicídios têm relação com o tráfico de drogas, envolvendo disputas territoriais entre facções criminosas locais
Segundo dados do Atlas da Violência 2024, produzido pelo IPEA, Caxias lidera os municípios maranhenses com o maior índice de homicídios, com uma taxa estimada de 44,6 casos por 100 mil habitantes. Esse índice coloca a cidade entre os polos de maior incidência de mortes violentas do Brasil.
A violência em Caxias concentra-se principalmente em bairros como João Viana, Seriema, Vila Lobão e Vila Paraíso, que lideram em número de ocorrências de homicídios ao longo de 2024. A maioria das vítimas era composta por jovens adultos entre 21 e 39 anos
Esse assassinato por dívida de bebida ilustra a violência cotidiana em Caxias, mas também revela um padrão de homicídios associados a conflitos interpessoais, fora do contexto exclusivamente relacionado ao tráfico. Ainda assim, a crise de segurança permanece concentrada em disputas entre facções.
O total de 82 homicídios em 2024 em Caxias reflete um cenário alarmante, com uma taxa muito acima da média estadual e nacional. A tragédia de José Ênio reforça a urgência de medidas concretas para controle da violência, especialmente em áreas críticas da cidade.
