A polêmica da camada de ozônio, Maurice Strong e o ‘soldado sem braço’ da ciência
Durante décadas, a destruição da camada de ozônio foi tratada como uma ameaça global inevitável: o céu estava abrindo, o sol ia “queimar todo mundo” e até desodorante de aerosol foi transformado em vilão planetário. A narrativa pegou tão forte que, até hoje, tem gente que evita desodorante por medo de “fazer um furinho” na estratosfera, normalmente o mesmo pessoal que pega o ônibus cheio na hora do pico.
Mas, como dizem alguns críticos, essa história seria igual “soldado sem braço”: simplesmente não fecha.
Entre os que questionam a versão oficial está o meteorologista Luiz Carlos Molion, frequentemente citado nas redes por levantar dúvidas sobre o que considera ter sido “o maior golpe comercial do século XX”. E, no centro dessa polêmica, aparece um nome que atravessa a política ambiental global como um fio condutor: Maurice Strong.
Maurice Strong: o homem que moldou a agenda ambiental mundial
Maurice Strong (1929–2015) foi uma das figuras mais influentes e mais controversas, do ambientalismo institucional. Empresário poderoso e diplomata habilidoso, transitava com a mesma facilidade entre gigantes do petróleo e cúpulas da ONU.
Sua trajetória impressiona:
- Arquitetou a Conferência de Estocolmo (1972), marco inaugural da política ambiental global.
- Criou e comandou o PNUMA, primeiro grande órgão ambiental das Nações Unidas.
- Foi o cérebro da Rio-92, conferência que consolidou a agenda do desenvolvimento sustentável.
- Teve carreira forte no setor privado, incluindo presidência de empresas como a Petro-Canada.
- Influenciou decisões estratégicas na ONU e no Fórum Econômico Mundial.
Para críticos, Strong não apenas liderou a pauta ambiental, ele ajudou a desenhar mercados inteiros a partir dela.
A tese do golpe: o medo que virou negócio
A crítica central é que a narrativa sobre o buraco na camada de ozônio teria sido construída com base em informações distorcidas ou incompletas, gerando uma onda de pânico global que acelerou a proibição dos CFCs.
Segundo essa visão, a história teria servido para:
- derrubar indústrias inteiras, especialmente a de CFCs, já em decadência;
- abrir espaço para substitutos mais caros, produzidos por poucas corporações;
- consolidar o poder de organismos internacionais na regulação ambiental;
- alimentar a ideia de uma ameaça global invisível, difícil de ser contestada pelo público comum.
No meio disso tudo, surgiram distorções que sobreviveram por décadas: até hoje há quem acredite que o desodorante em spray seria capaz de romper a estratosfera, uma metáfora que virou piada nas redes.
O ‘soldado sem braço’: a metáfora que resume a crítica
Para os céticos, a narrativa fazia (e ainda faz) tão pouco sentido que virou meme:
“É igual soldado sem braço: não tem como segurar essa história.”
A expressão resume a percepção de que o discurso sobre o buraco de ozônio seria exagerado, simplificado e movido mais por interesses econômicos do que por evidências sólidas, pelo menos no narrativo popular.
Esse consenso, no entanto, não impediu o surgimento de leituras políticas, nem anulou questionamentos sobre a forma como a comunicação ambiental foi feita e usada ao longo dos anos.
Entre ciência, política e mercado
A história da camada de ozônio mostra como crises ambientais podem rapidamente se tornar narrativas globais, levantando apoios, rejeições, regulamentações e, claro, grandes interesses econômicos.
Maurice Strong, em vida, foi celebrado como herói da causa ambiental. Para seus críticos, no entanto, ele teria sido o arquiteto por trás de um dos maiores movimentos comerciais e políticos já impulsionados por uma crise climática.
Entre um extremo e outro, permanece uma lição: quando ciência, poder e dinheiro se cruzam, o debate raramente é simples e frequentemente aparece alguém dizendo que a história, no fundo, é um “soldado sem braço”.
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