O governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), revogou a portaria nº 34/2025, que autorizava o aumento das tarifas do transporte rodoviário intermunicipal. A medida, publicada pela Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB) no Diário Oficial do Estado na segunda-feira (24), foi anulada após reação negativa.
Segundo Brandão, a decisão de reajustar as passagens foi tomada sem autorização do governo e sem um debate adequado com a população. Em nota, ele afirmou:
"Determinei a imediata revogação da portaria da MOB nº 34/2025 por ter sido publicada sem autorização do nosso governo. Uma medida como esta exige debate amplo e transparente com a população. De forma alguma iremos apoiar uma alteração tão abrupta."
O recuo pode ser visto como um gesto político para evitar desgaste público, mas a revogação não resolve o problema do transporte intermunicipal no Maranhão. Pelo contrário, mantém a incerteza tanto para os usuários quanto para as empresas do setor.
Embora a revogação impeça um aumento imediato no preço das passagens, a falta de uma política clara para o transporte intermunicipal segue prejudicando milhares de maranhenses que dependem do serviço diariamente. O setor enfrenta ônibus sucateados, horários irregulares e infraestrutura precária, sem sinais de melhorias significativas.
A decisão do governo também levanta questões sobre a gestão interna da MOB. Como uma agência estadual publica uma portaria de reajuste sem a anuência do governador? Se houve erro, quem será responsabilizado? A vice-presidente da MOB, Maria Barbara Soeiro, que assinou o documento, ainda não se manifestou publicamente.
Além disso, o impasse afeta diretamente os consumidores. O setor de transporte, que já opera com dificuldades financeiras, pode responder com redução de frota e piora na qualidade do serviço. Enquanto isso, passageiros continuam sem garantias de um transporte digno e previsível.
Se o governo quer realmente defender os interesses da população, não basta apenas cancelar reajustes. É necessário apresentar soluções concretas para um sistema de transporte que há anos penaliza quem mais precisa.
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