quinta-feira, 1 de agosto de 2024

A QUESTÃO VENEZUELANA E A GEOPOLÍTICA DAS AMÉRICAS: UMA ANÁLISE CRÍTICA


POR CHICO SOUSA, ADVOGADO E EX-PRESIDENTE DO PT CAXIAS - MARANHÃO

O que se pressupõe estar errado na Venezuela é a condução, mas não o objetivo, se bem parecer não haver outro meio para Nicolas reagir.  O argumento da eleição é apenas cortina de fumaça contra Nicolas Maduro. Se tiver que evitar a ONU, OEA e a OPEP, que são controladas pelos Estados Unidos a botar a mão no petróleo venezuelano (maior bacia do mundo), como fizeram com o Brasil nos governos de Temer a Bolsonaro, deve-se ir ao confronto forte contra esse interesse neoliberal.

É óbvio, deve ser feito. Há anos o leviatã americano tenta fazer da América, e nós é que somos Americanos, um feudo político absoluto nesse continente. Já se observou quando se fala dos Estados Unidos, notadamente a imprensa global, mas com ênfase a brasileira, o nome é substituído pela América, geralmente. Quando a América somos nós, Norte, Centro e Sul. Quando se olha para os outros países, vem aos olhos, aos ouvidos e ao sentido que a América são os Estados Unidos. Não apenas, não, não é. Os Estados Unidos são os Estados Unidos e a América é a América. América somos todos nós.

A balizar pelo cavalo que vence a corrida apenas pelos dentes, por ser dentuço, há que se perguntar, qual o cavalo mais veloz? Os cavalos têm a mesma velocidade, a questão é o argumento sobre o fato dos cavalos estarem correndo e um deles ser dentuço. O juiz que tiver mais (força) imprime a verdade da vitória. É este o caso análogo da Venezuela, quem está com a verdade? A mídia mundial que diz que Putin é um assassino e que Benjamim Netanyahu é herói e Nicolas Maduro um ditador. Benjamim Netanyahu já matou mais de 10 mil crianças e ainda assim é herói para os Estados Unidos. Nicolás Maduro, por se defender do imperialismo que introjetou e corrompeu ideologicamente o povo venezuelano, projetando nele a concepção de um governo ditador, é o que vem ocorrendo no Brasil também. Nicolas usou os únicos meios possíveis para evitar sua derrocada e a vitória do imperialismo.

É muito parecido com o que ocorreu no Brasil. O Temer vendeu o petróleo brasileiro para os Estados Unidos, ainda quando Biden era vice-presidente do Barack Obama. A questão da Venezuela para os Estados Unidos não se trata de democracia; os Estados Unidos já invadiram mais países no mundo do que qualquer outro. Nem mesmo na grande guerra isso ocorreu. Seja pela via econômica, seja pela via bélica, se domina uma nação, já ensinava o escritor de "A Águia". Manual para os Estados Unidos. É o que está escrito naquele livro, cujo autor esqueceu de colocar um terceiro espectro de dominação, a falaciosa democracia. Para os Estados Unidos, toda a democracia ou ditadura é boa, contanto que lhe sirva de forma pacífica e franciscana.

No Brasil, os esforços têm sido imensos para que a nossa nação não vire esse tipo de democracia aplaudida pelos Estados Unidos. A democracia do Brasil ainda tem muito disso, é tão boa para os Estados Unidos a ponto de não permitir que o Brasil fabrique um celular, um computador, um satélite, que importe em tecnologia significativa soberana, um carro. O Brasil não tem um carro nacional, um chip sequer o Brasil não pode produzir. Ora, a quinta nunca deixou de desistir de modos análogos. Não vamos entrar no mérito do conceito da quinta coluna, mas sim. Dizer que de maneira análoga a quinta coluna está instalada nos países da América como uma coluna de destruição da democracia que interessa a independência e a emancipação política do povo trabalhador, e digo, é emancipação política estratificada, porque no global, nos parece uma utopia.

No Brasil, com serviço essa quinta coluna partido de esquerda voltando contra si mesmo, voltando contra o seu próprio governo. Porque se a democracia não for para buscar o equilíbrio em condições de vida de todos os povos, melhor resistir como puder até que se possa reorganizar, reimpulsionar e voltar a controlar, como Nicolas faz, desde que seja para contemplar esse objetivo do povo latino-americano. Agora mesmo, por ocasião da tentativa de golpe na Venezuela através de um pseudo-candidato democrático, os Estados Unidos e a ONU falam em sanções contra a Venezuela. Isso não é novidade, as sanções já estão lá há muito tempo, como em Cuba, como na Rússia, como no Irã, na China, enfim, mas não em Israel e por que será? Porque não importa os dentes do cavalo, o que importa é se meu cavalo vence.

E quanto a isso eu vou contra a teoria dos que dizem que contra fato não há argumento, pura ignorância. Só há fato se houver argumento. Tudo antes da história não é fato. Mas poderá vir a ser, se sobre o passado antes não histórico sobreviver um argumento. A mídia global diz: Hamas é terrorista. Não, não é, apenas não tem um estado constituído e reconhecido. Israel pratica terrorismo de estado matando dezenas de crianças, que por si só já são inocentes, sem justificativa plausível. Se o Hamas teria 5 mil homens ao tempo do início da guerra deveria ser uma batalha de homem a homem e não genocídio praticado por drone de alta tecnologia, aliás a alta tecnologia deveria servir para não errar. Acompanha meu raciocínio, num hospital tem cinco membros do Hamas, segundo o exército israelense, acho que sempre foi mentira esses argumentos. Se eu digo que são membros do Hamas, então eu os conheço, tenho informações precisas. Do ponto de vista da guerra deveria designar uma tropa de elite e eliminar os adversários. Não, o terrorismo de Israel não faz isso, manda um míssil e mata todo mundo.

Nem por isso os Estados Unidos se importam e tampouco a América como o povo latino universal se importa. Da América apenas o presidente Lula se posicionou contra aquele massacre. E qual a diferença? Os dentes do cavalo. Conclusivamente, olhe do seu jeito, faça o fato que possivelmente ele virará acontecimento. Porque pela minha concepção histórica dos trabalhadores do mundo baseado no marxismo e no materialismo histórico, esquecidos pelos partidos de esquerda e centro-esquerda do Brasil, interpretarei, e se puder por cima passarei, sem me importar com os dentes do cavalo ou a visão contrária nos derrotar.

Opinião: Chico Sousa/Advogado

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